quinta-feira, 24 de julho de 2014

As eleições do Grêmio do IFPE, na opinião de quem está saindo de lá.

Então grupos se unem, a proposta é discutir tablets e merenda, mas nós precisamos mesmo é lutar pela melhoria do ensino, para que os professores deem aulas de verdade e não aulas fantasmas, para que nós tenhamos de volta a nossa biblioteca, para que haja uma melhoria real nos laboratórios dos cursos, para que o Instituto conceda todos os equipamentos necessários aos estudantes, como aos de Edificações, Química Industrial e de todos os outros cursos. A quadra está absolutamente abandonada, nós precisamos ter novos equipamentos para que a Educação Física mude nossos mal hábitos sedentários, aquela fardinha que recebemos é ridícula perante o fato de que quase não temos aula. Os alunos devem pedir tablets? Sim. E alimentação? Mais ainda. Entretanto existem essas coisas que nós tínhamos e que foram ABANDONADAS pela direção do Campus Recife, só pra dar outro exemplo também caberia aqui a época onde havia computadores a disposição dos alunos na biblioteca. É necessário cobrar da direção o fim da hipocrisia em relação à destinação do lixo. Coletores separados para plástico, papel, vidro, metal em todo o Campus, todavia o lixo é recolhidos pelo pessoal de serviços gerais e descartado junto, sem nenhum processo de reciclagem. E a situação dos banheiros? Seria pedir demais pra eles lavarem? E a acessibilidade? Melhor falando, a falta de acessibilidade? E a falta de um plano de controle de emergências? (Já observaram que dentro das caixas de incêndio só tem produtos guardados?) Vamos comentar também sobre os alunos que nada fazem para estudar e propor maneiras de resolver qualquer um desses problemas, vamos conversar sobre os últimos grêmios que não tiveram voz de ação pra nada na direção. No começo desse semestre eu cheguei na quadra às 7h da manhã e encontrei gente fumando maconha livremente. Esse não foi o IF que eu encontrei em 2011.1 e não é esse que eu quero pra os pés de banco que entrarão após mim. Os ALUNOS são quem fazem a escola que eles querem para eles.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Temos que aprender a escolher nossos candidatos, ouça Luiz Carlos Prates

www.youtube.com/watch?v=kMFH9-qXuLU&feature=youtu.be

Muitas vezes quem menos tem é quem mais dá

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Crônicas de Recife: "Estação Werneck"

Lotado, incrivelmente lotado, eu, entretanto, havia conseguido um lugarzinho até vazio para ficar dentro do último vagão do metrô. Era aproximadamente 18h e todos voltavam para casa depois de mais um dia cansativo. Tenho medo do metrô, por muitos motivos, é um lugar muito cheio e tenho medo que me roubem ou que aconteça outra coisa comigo, mas tenho que enfrentar então todos os dias ponho meus fones de ouvido e fico cantando pra esquecer onde estou. O ar está bem gelado e eu penso: "Pelo menos isso!". Recife é muito quente, o dia todo, todos os dias do ano. Estar em um metrô sem ar é pedir pra morrer de asfixia e, sim, de vez em quando acontece, mas nesse dia tudo parecia estar indo bem. Até que ele entrou na estação de Afogados, barba branca, roupa de mendigo, passava por todos falando algo que ninguém entendia e pedindo dinheiro, bem, tecnicamente é proibido mendicância no metrô, mas acontece de vez em quando, ele se misturava entre os vendedores e incomodava os passageiros que claramente deixavam a expressão de desaprovação no rosto. "É um louco! Mais um louco!" todos pensavam e eu também pensei por algum tempo. As estações passaram e havíamos chegado a estação Werneck, eu desceria ali e observei que o louco também. Logo parei o meu caminho de todos os dias de sair da estação e andar os 400 metros até a minha casa, mas eu queria ver o que o Louco faria. No começo me parecia óbvio que pegaria o próximo trem que passasse para pedir dinheiro, mas ele não fez isso, ele se encontrou com um vendedor de paçocas que me pareceu ser um conhecido dele e trocou uma moeda de um real por 6 paçoquinhas. Interessante, pensei, pelo menos não é pra cachaça nem pra drogas. De longe comecei a andar junto com a multidão, ele descia em direção à rua e eu também, assim que saiu da estação ele entrou em uma igreja, era mais uma de tantas que há nessa cidade, cada uma com o seu nome, cada uma com sua fé e eu o vi sentar e abaixar a cabeça, isso me tirou a lógica de tudo, estaria ele agradecendo a Deus? Ele saiu da igreja menos de 2 minutos após ter entrado, eu estava no caminho da minha casa, porém ainda olhando para a igrejinha, ele saiu de lá e entregou as paçocas pra todas as crianças que passavam, quebrando todo o meu esteriótipo dele e eu, que o julgava louco, nem mesmo agradecia a Deus pela comida que tinha todos os dias. E Werneck naquela noite teve crianças sorrindo por causa de um mendigo louco.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Greve vira Carnaval onde muitos se transvestem de Demônio.

Parte do povo acha que uma greve é a carta branca para se transvestirem de demônios e acabarem com a ordem pública. Eu realmente não acredito que escrevi a frase acima. Nunca pensei que um dia a escreveria, mas a situação que vem se apresentando me levou a essa figura de linguagem como a forma mais adequada que eu encontrei de descrever o momento que vive, nas últimas 24h, a região metropolitana do Recife. A PM anunciou greve e simplesmente abandonou as ruas e os postos de polícia e parte da população que já convive com a impunidade viu assim a oportunidade de deixarem fluir seus instintos mais rústicos e lamentáveis. Pessoas que poderiam ser consideradas cidadãs de bem em outras ocasiões, revela a face da falta de educação moral e ética, mais que isso, celebram a desordem e a promovem. Essas pessoas não são cidadãs de bem, têm um caráter corrompido, são a prova que o congresso nacional reflete a picaretagem presente nas falhas de conduta da população. Graças a esses infelizes acontecimentos a minha cidade natal e a cidade onde moro há cerca de 14 anos viraram notícia internacional. Somos a população terrorista, mal educada, que receberá com frevo e clima de festa uma copa do mundo há menos de um mês. Somos piada na boca dos "gringos". E eu sei que essa minoria (que até agora não sei se vira demônio ou se o demônio é que se apoderou deles) não pode aparecer na frente dos trabalhadores, pais e mães de família, estudantes, pessoas decentes, com respeito aos outros e às instituições públicas, pessoas que constroem pensamento, que veem e lamentam nesse momento, assim como eu, atos de vandalismo que acontecem. Gente de bem, povo de Pernambuco, honrem as vossas cabeças, não se deixem atingir pela vergonha, vocês não são responsáveis por isso. A falta de educação escolar e, principalmente, familiar é. A impunidade é. O governo que permite um estado de anarquismo como esse o é, aqueles que tem como impedir isso o são. Vamos orar pelos professores, pelos governantes, pela polícia, por esses que se deixaram corromper tão facilmente. Oremos por Pernambuco. Oremos pelo Brasil.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Para J. Green, "das estrelas". E pra você, de quem é a CULPA?

Então eles erraram na pesquisa, e não é mais de 60% dos brasileiros que acham que as mulheres que se vestem "inadequadamente" são CULPADAS por serem estrupadas. Já vi 1 milhão de absurdos durante as discussões levantadas por essa pesquisa, mas acho que o maior absurdo é continuarmos num debate tão vazio que é de quem é CULPADO pelos atos de pessoas pervertidas e que devem ser totalmente afastadas da sociedade. Esses serem humanos são mais pobres de qualquer senso de ética, moral, respeito (sim, eu bem sei que estas 3 coisas estão necessariamente entrelaçadas) que, muito pouco provavelmente, haja uma recuperação e uma ressocialização desse indivíduo (ainda mais em nossos sistemas carcerários). Mas o ponto é: o estupro é uma realidade constante de todas as cidades brasileiras, desde as menores até as metrópoles, e subjugam o corpo e a mente de mulheres, homens e crianças, milhões de pessoas que sofrem a pior violência de suas vidas ao serem "invadidos" por uma agressor. Mas, de quem é CULPA? Ah, queria eu que fosse fácil assim definir um motivo e eliminá-lo. É uma questão sociocultural fortíssima, vem de séculos, vem das milhões de índias estrupadas e mortas pelos "heróis desbravadores" europeus, vem passando de geração em geração, visto que boa parte dos estrupadores foram vítimas de estrupo. Está presente na literatura, como nos livros de Jorge Amado. Nos contos populares de histórias de "tarado
s de galinhas" (é, porque uma prática muito comum no Brasil já foi, ou ainda é, o estrupo de animais), entre outros. Leitores, dizer que a vítima é a culpada é a história mais velha do mundo nesse país, nos últimos anos é que se tem conseguido fazer com que as pessoas denunciem, o medo de se expor, a baixa autoestima e a sensação de impotência diante do agressor faz milhares de pessoas reféns no Brasil, principalmente meninas ainda crianças. Mas as denúncias tem aumentado, CULPA do maior acesso a informação que as pessoas vem tendo. Acredito que as roupas podem ser uma forma de se expressar, mas nada justifica tamanho absurdo, nada! Cada um use a roupa que quer e pessoas normais até olharão, mas não farão nada além disso. No Oriente Médio as burcas não impedem que milhões de mulheres sejam estrupadas ano após ano. Pra (agora já corrigidos)1/4 da população as roupas curtas dão as mulheres a CULPA, pergunte a uma muçulmana agredida a opinião dela. Infelizmente a crueldade e as doenças da psique humana vão além de fatores tão simples e óbvios. Quem já leu o livro do momento, "A culpa é das estrelas", deve saber que a conclusão a que chegam os protagonistas é de que ninguém tem culpa de se magoar, afinal de contas de quem é a culpa de todos esses problemas? Sei lá! Talvez também sejam das estrelas, daquilo que a gente não consegue explicar.